Como reduzir a mortalidade na época da criação dos canários

como reduzir a mortalidade da reprodução de canários

como reduzir a mortalidade da reprodução de canários

São muitos os apaixonados pela canaricultura, e também são muitos os que têm problemas com a mortalidade dos seus exemplares durante a época de criação. Em certas ocasiões é bastante difícil estabelecer as causas da morte dos canários, mas na maioria das vezes tem origem no uso de práticas incorretas. Seguindo os conselhos que adiante demonstro, conseguiremos reduzir em grande percentagem o número de baixas.

A mortalidade pode ocorrer antes do nascimento (aborto) ou logo que o jovem pássaro se tenha libertado da casca do ovo.

ABORTOS

A morte do embrião, pode acontecer nos primeiros dias da incubação, numa etapa intermédia ou nas proximidades do nascimento.

a) As alterações cromossômicas, a presença dos pesticidas, medicamentos ou toxinas e as infecções transmitidas pelos pais são causas suficientes para que o embrião morra a poucos dias para começar a incubação.

b) A morte num período intermediário do desenvolvimento pode ser devido a uma má nutrição dos pais, os quais transmitiram aquelas deficiências aos filhotes. Assim temos a carência de vitamina como a D3, K, B2, B5, B6, B12, biotina, o ácido fólico e outras substâncias como o magnésio, fósforo e o ácido linoleico, etc., que podem ser responsáveis para mortes nessa etapa. Este défice nutricional pode ser causado indiretamente ao se abusar de antibióticos, já que estes destroem a flora digestiva capaz de sintetizar algumas das substâncias anteriores nos intestinos dos progenitores.

As infecções víricas, bacterianas e fúngicas também podem ser indicadas como responsáveis nos abortos a esta altura.

c) Finalmente a morte do canário pouco antes de nascer pode ser devido à presença de genes letais ou de alterações cromossômicas.

Recordemos que na ânsia de reparar e fixar as características relacionadas à raça dos canários com que se está a trabalhar recorremos com demasiada frequência à consanguinidade, com todos os efeitos indesejáveis que isso envolve.

O défice de vitaminas como a A, D3, e K, ácido pantotênico e fólico, ou as doenças infecciosas como “famoso ponto negro” são também responsáveis pela morte do embrião.

Ás vezes o recurso a práticas tão simples como colocar banheiras aos pais para aumentar a umidade do aviário podem evitar que o passarinho fique colado dentro do ovo, já que assim ele não se conseguirá virar para romper corretamente a casca e morrerá na tentativa.

MORTE APÓS O NASCIMENTO

Em outras ocasiões a morte ocorre após o nascimento do canário.

Algumas das causas responsáveis são:

a) Abuso de antibióticos.

É prática habitual por parte de muitos canaricultores o abuso de antibióticos nos momentos precedentes à criação e durante a mesma.

Com o pretexto da preparação para a reprodução os canários são bombardeados com coquetéis antibióticos. Este mau uso dos medicamentos causa, em meu parecer, mais inconvenientes do que vantagens. Os efeitos indesejáveis que aparecem são:

– Imunodepressão: verifica-se que determinados antibióticos, como as tetraciclinas, deprimem o funcionamento sistema imunológico dos pássaros, com o perigo consequente de poderem estes ficar infectados por todos os agentes infecciosos oportunistas.

– Aparecimento de resistência bacteriana: em certas ocasiões as doses aplicadas são inadequadas e são usadas durante um tempo inapropriado. Isto pode provocar que as bactérias se possam tornar resistentes a estes medicamentos, de tal maneira que quando nós necessitarmos realmente de os dar, eles já não servirão.

– Transtornos digestivos: com os antibióticos não somente eliminamos as bactérias perigosas como também as bactérias benéficas, sendo estas as encarregadas de fabricar as substâncias úteis para o organismo do canário como as vitaminas.

– Aparecimento de infecções fúngicas: as bactérias e os fungos estão em equilíbrio no intestino dos pássaros, razão pela qual a eliminação de um dos grupos favorece o crescimento excessivo do outro. Por exemplo, quando se abusam de tetraciclinas é fácil que apareça a candidíase.

– Alteração do desenvolvimento embrionário: algumas substâncias como as penicilinas, tetraciclinas, cloranfenicóis e as sulfamidas foram comprovadas que interferem com o desenvolvimento normal do embrião. Embora a maioria das investigações tenham sido feitas em antibióticos antigos, como os mencionados anteriormente, não se rejeita que os novos antibióticos não sejam também perigosos. O razoável nestes casos seria usar com precaução os medicamentos em fêmeas que estão a pôr.

b) Hipo ou hipervitaminose.

Pequenas carências de vitaminas nas fêmeas podem ser aumentadas durante a reprodução, principalmente se estas efetuam várias posturas. É que os níveis adequados para um adulto podem ser insuficientes para uma fêmea que esteja na postura.

Atualmente é possível encontrar casos de hipervitaminose, já que é habitual que os canaricultores acrescentem suplementos vitamínicos ás papas dos jovens que em geral já vêm comercializadas com os níveis necessários da vitamina. Este excesso vitamínico é igualmente prejudicial, assim como a sua deficiência.

c) Preparação inadequada dos alimentos.

A grande maioria dos criadores dos canários usa geralmente alimentos úmidos para favorecer a alimentação dos passarinhos por parte de seus pais. O uso de sementes germinadas, de cuscuz ou das papas úmidas pode ser prejudicial se não estiverem preparados corretamente ou se estiverem demasiado tempo ao alcance dos pássaros. É que as altas temperaturas e a umidade favorecem o aparecimento de fungos e bolores dos alimentos, não sendo estranho que os passarinhos de muitos aviários sofram de infecções como a candidíase.

d) Higiene Deficiente.

A época do nascimento dos jovens é um estágio de muito trabalho para o canaricultor, razão pela qual às vezes a higiene é um aspecto que se esquece mais um pouco. Isto favorece as infecções bacterianas intestinais que se traduzem nas diarreias dos passarinhos.

Noutras ocasiões, com a intenção de manter mais quente o aviário produz-se uma má ventilação das instalações com os consequentes problemas respiratórios (dificuldade respiratória, sinusites, etc.) nas aves.

Estas são algumas das causas da mortalidade entre os canários jovens. Lamentavelmente não são as únicas mas somente aquelas que mais facilmente podem ser evitadas. Nas situações da perda de vida generalizada é aconselhável requerer os serviços de um veterinário perito em aves.

Fonte:
Enrique Moreno Ortega – Veterinário especialista em Aves

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1 Comentário

  1. ANTONIO CARLOS MARTINS disse:

    Devo separar o casal , ela já está chocando ,tem 4 ovinhos , como proceder?????!

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